Marília Arraes diz que Geraldo Júlio quer formar exército de cabos eleitorais com dinheiro público

Foto: Alexandre Albuquerque/PTB
Em artigo postado nesta quarta-feira (22) em uma rede social, a vereadora Marília Arraes (PSB) chamou o prefeito Geraldo Júlio (PSB) de “contratador-mor”.
Contratador-mor era o emissário da Coroa portuguesa responsável pelos escravos das lavras de diamante em Minas Gerais, no tempo do Brasil–colônia. O mais famoso contratador da história, José Fernandes, teve filhos com a escrava Xica da Silva.
A investida de Marília se deve a Geraldo Júlio querer mudar a Lei Orgânica do Recife, para ampliar o prazo máximo de contrato temporário dos servidores não concursados de dois para seis anos. No artigo, Marília acusou Geraldo de “táticas reprováveis para formar um exército de cabos eleitorais financiados com dinheiro público”.
Marília irá deixar o PSB nos próximos meses, para tentar a reeleição como vereadora ano que vem. O primo Eduardo Campos não lhe transferiu o “espólio” eleitoral de Ana Arraes, inviabilizando a eleição de Marília como deputada federal em 2014 e levando ao rompimento da vereadora com o PSB.
Veja o artigo abaixo.
As peripécias do Contratador-Mor
Não se sabe o que é pior: o prefeito Geraldo Julio querer dobrar de dois para quatro anos o tempo em que uma pessoa pode ser contratada temporariamente pelo município ou o governo mentir para os recifenses.
É que, ao mesmo tempo em que o secretário de Administração e Gestão de Pessoas do Recife, Marconi Muzzio, nega que a PCR pretenda aumentar o número de contratos temporários, o prefeito Geraldo Julio determina que a sua base na Câmara de Vereadores aprove uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica que duplica o tempo em que alguém pode ser contratado pela administração.
Vamos aos fatos:
1. Em 15 de abril, o prefeito envia à Câmara de Vereadores uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica que altera o artigo 63, inciso IX, alínea “b” da Lei Orgânica do Recife. Esta alínea determina que uma pessoa só pode passar, no máximo, dois anos contratada temporariamente – um ano prorrogável por mais um;
2. A alteração de que trata do texto do prefeito aumenta para quatro anos esse tempo – dois anos prorrogáveis por mais dois;
3. O artigo 2 da PELO 70/2015 diz que a nova regra, se aprovada, já se aplica aos contratos em vigor;
4. Ora, em abril de 2013 (quatro meses depois de assumir a PCR), o número de temporários era de 613. Em maio deste ano, o número pulou para 2.034: quase quatro vezes mais – de acordo com reportagem publicada no último dia 11 de julho pelo Jornal do Commercio;
5. O número de comissionados, que havia caído de 2.590 em dezembro de 2012 para 1.328 em abril de 2013, voltou a crescer e ultrapassou o patamar deixado pela gestão anterior: 2.593 – também de acordo com o JC;
7. Já seria um fato reprovável, mas o secretário – orientado pelo “Contratador-Mor” – disse ao JC o seguinte: “Com relação ao contrato temporário, é diferente. Independente de fazer concurso no município, nós trabalhamos com a perspectiva de uma redução brusca desse número”.
Repudiamos veementemente essas condutas, que se avolumam com a aproximação do ano eleitoral. Na tentativa se assegurar sua reeleição, o “Contratador-Mor” usa de táticas reprováveis para formar um exército de cabos eleitorais financiados com dinheiro público. Enquanto isso, dezenas de concursados nas áreas de saúde e educação aguardam a convocação para seus cargos – ocupados por contratados temporários.
O projeto de lei ainda está tramitando na Casa. Temos a convicção de que a Câmara será altiva e rejeitará esta proposta visivelmente eleitoreira.
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Autor Fabio

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